Tuesday 13 April 2010

"Arte" em família

Não faz muito tempo minha irmã Deborah foi ao salão e a cabeleireira quis cobrar cento e vinte reais pra fazer uma escova progressiva em seus curtos cabelos. Minha irmã foi na loja onde os profissionais da área compram os materiais que usam e conversou com a vendedora que lhe passou os produtos e o passo a passo da aplicação de cada um, minha irmã pagou quinze reais e foi pra casa, pra eu a “cabeleireira” oficial da família fazer a aplicação.

Nós nos lembramos de quando eu pintava minhas unhas de preto e fazia bolinhas vermelhas, imitando joaninhas, lembramos também do dia que eu e a Dani estávamos de férias no Rio de Janeiro e ela tingiu o meu cabelo de loiro, fomos ao Shopping, eu vi o reflexo de uma menina e eu disse pra Dani “aquela menina se parece comigo, mas ficou parecendo uma Jacaroua com aquele cabelo loiro”. Minha irmã carinhosamente respondeu “é você sua anta!”. Então, enxerguei o espelho. Comprei na mesma hora uma tinta castanho natural e fomos pra casa, ela tingiu meus cabelos e eles ficaram verdes, depois ela resolveu descolorir e eu fiquei parecendo um mico leão dourado, então ela teve a brilhante idéia... “Já sei! Vamos ao salão”, disse ela. Eu virei bicho, ordenei que ela resolvesse o problema, eu disse “Não, pelo amor de Deus não faça isso comigo, não sairei na rua assim, resolve isso você mesma e agora... Por favor!”. Ela ligou num salão e a cabeleireira disse pra ela passar um tom avermelhado... Até que fiquei bonitinha meio ruiva!

Nessas mesmas férias eu fui à praia, vesti meu biquininho, calcei o meu tamanquinho e saí feliz da vida, eu já estava no calçadão quando torci meu pé, detalhe básico: eu caí no exato momento em que eu passava por um grupinho de garotos tipicamente cariocas com dragões tatuados nos braços e calção, corpo aberto no espaço, sabe? Então eu me levantei rapidamente e quando dei o primeiro passo, cai novamente, um dos meninos pegou me no colo, atravessou a rua e me levou a clinica ortopédica que por milagre ou coincidência, estava ali bem em frente, do outro lado da rua. O médico ligou pra minha tia, assim que ela entrou no consultório pegou meus tamancos, lindos e altos e os arremessou no lixo, quando o médico disse que o gesso ficaria em trezentos reias ela ficou muito brava, mandou ele a merda e me levou pro hospital público, detalhe: eu estava só de biquíni e descalça, depois de quatro horas de espera em meio ao caos, pessoas baleadas, com fraturas expostas e tudo de mais traumatizante que possa existir, meu pé foi engessado e fomos pra casa.
Graças a Deus nos oito dias seguintes ao incidente choveu no Rio de Janeiro, mas assim que o Sol raiou, eu não tive dúvida, tirei o gesso e fui a praia. Minha tia faltou dar cria quando chegou em casa e eu estava sem o gesso, o que livrou a minha barra foi que preparei o frango ensopado que ela me ensinara nas férias anteriores que passamos juntas na fazenda.

Comprei o frango inteiro e pedi pra cortar os pedaços, lavei em água corrente e temperei com suco de laranja, creme de cebola e sache com bastante alecrim, deixei marinando por meia hora, dourei o alho e a cebola, juntei os pedaços de frango, deixei dourar também, polvilhei curry e adicionei água fervente e dois tabletes de caldo de galinha e deixei cozinhar até a carne ficar macia e o reduzir o caldo. Lavei o quiabo, um por vez e sequei bem pra que eles não ficassem babentos cortei-os em pedaços de graúdos e os refoguei junto com alho e cebola, acrescentei um tomate concasse cortado em cubos, suco de um limão e salsa picada, fiz a polenta e o arroz. Minha tia ficou orgulhosa e comeu bastante. E eu me safei da bronca!

1 comment:

Dibrinha said...

Essa e minha amiga Juli...ta de Parabens pelo blog....vou tentar visitar frequentemente...Bju