Thursday 21 October 2010

Chegada...

Meu voo foi cancelado por conta do vulcao e so no dia 27 de Abril cheguei em Dublin - Irlanda.
Eu estava maravilhada, estasiada, abestalhada e muito cansada, pois foram onze horas de voo ate Frankfurt, mais nove horas de espera no aeroporto da Alemanha e depois mais duas horas ate Dublin. Mesmo asim achei tudo incrivelmente, incrivel, logo de cara o que mais chamou me a atencao foi o trafego pela direita.

O Teo irmao da Vera e do Jose foi me buscar no aeroporto Ele achou melhor me levar pra casa dele porque estava muito tarde pra eu ir pra acomodacao estudantil.

Na casa, encontrei o Faboleiro, um rapaz que eu havia conhecido no Brasil, ele chegara um dia antes de mim, nao quis ficar com a familia e foi pra casa do Teo.

No dia seguinte o Teo me levou pra fazer umas compras e me deixou na acomodacao. Eu amei-a, linda confortavel, moderna, limpa.
Passei a minha primeira semana la, dividi quarto com uma Polonesa, muito bacana, no meu ultimo dia, cozinhamos juntas fizemos espaguete a carbonara.

Cozinhamos a massa em muita água com um pouco de sal, até ficar al dente, escorremos e reservamos. Em uma frideira refogamos a copa com o óleo de oliva. Aquecemos o creme de leite em, fogo baixo. Acrescentamos a massa escorrida e mexemos bem, ate o molho se misturar com a massa, logo em seguida acresecentamos parmesao e dois ovos previamente batidos.
Ficou Divino, brindamos com suco de uva e fomos dormir.

No dia seguinte, pela manha fui pra casa do Teo e do Jose. Era dia primeiro de Maio, aniversario do Jose e o meu e dia dois, entao, comemoramos juntos. O Jose gosta de cozinhar e eu, nao preciso nem falar! Fizemos: feijoada, vaca atolada, bobo de camarao, frango com quiabo e chrrascada pra um batalhao de gente, ele tirou muita onda com a minha cara, porque pico bem os temperos e me preocupo em manter tudo arrumado e limpo.

Comecei a trabalhar na escola com o Jose e o Teo e logo no primeiro dia vi que ali nao era meu lugar, mas eu tinha receio de estar sendo ingrata, entao decidi que eu faria dar certo, pelo tempo que tivesse que ser, afinal poucas pessoas conseguem emprego com tanta rapidez e eu nao estava em situacao de escolher.

Eu ganhava 100 por semana, entao pensei: vou dividir o dinheiro em tres partes, uma pra pagar meu intercambio, outra pra comprar meu celular e devolver o que emprestei do Teo, e, tambem me alimentar e a terceira pra pagar meu aluguel. Recebi a primeira semana e tratei de por em pratica minha estrategia.

Fiquei muito feliz ao saber que a Tani uma moca que trabalhava comigo na escola, deixaria seu quarto individual no centro o qual tinha o mesmo valor do quarto que eu dividia com dois rapazes, o que era bem desconfortavel pra mim, pois minha cama era a cama do Teo e meu armario era a minha mala. Nao pensei duas vezes e falei com a minha irma, que por bencao divina me emprestou 450 euros pra eu pagar o deposito e o primeiro aluguel.

Falei com o Jose pra me ajudar na transacao, ele disse que ajudaria, falei com a Tani e… ela resolvera continuar no quarto!

Na Segunda semana fizemos uma reuniao e decidimos que eu e Tani trabalhariamos meio periodo cada, pois so havia um computador e nos duas precisavamos dele e tambem porque o Jose nos pagava por apenas duas horas de trabalho por dia, o Jose concordou com a decisao, entao a colocamos em pratica. Mas, ele nao pode nos pagar a Segunda e nem a terceira semana, entao ele nos disse que estavamos livres pra procurar outro trabalho. Confesso que fiquei desapontada, mas fazer o que? Arregacei as mangas e fui a luta mesmo tendo que esperar um pouco mais pelos meus documentos, pois eu ainda tinha que pegar meu visto.

No dia 26 de Maio venceu meu visto ,e eu não tinha os mil euros para comprovar no banco,
Liguei pra Babi, minha melhor amiga na Irlanda e ela disse que tinha 600 euros pra me emprestar, mais os 450 que minha irma tinha me emprestadoufa! Eu tinha a grana! E nos ultimos segundos da prorrogacao, o Jose me entregou os 450 referentes aos reais que minha irma depositara na conta dele no Brasil e eu fui feito foguete no banco depositar e solicitar meu extrato e com uma semana de atraso, peguei meu visto. Amem!
O desconforto e os relacionamentos na casa estavam se complicando, e como aprendi com a vida que a gratidão é o melhor dos sentimentos e que as amizades devem ser cuidadas e cultivadas como um canteiro de delicadas flores decidi me mexer para encontrar trabalho e moradia.
Afinal, eu vim para a Irlanda para crescer: como pessoa, como ser humano e como profissional!
E com estes ideais em foco fui a luta!
Sabia que não seria fácil.....sabia já da imensa saudade de casa! Sabia que ainda não dominava o idioma, mas estava disposta a aprender, e com a cara e a coragem fui a luta!
.Contava com amigos verdadeiros, tanto aqui como no Brasil...um colinho não me falta nunca!
E com a confiança que os afetos nos dão, armei-me para começar minha escalada rumo a concretização dos meu objetivos!
Fiquei na casa por mais um longo mes e meio, nesse periodo fiz de um tudo, trabalhei em caterings, como cleaner, como babysitter, ate lixo eu catei num evento que tem aqui todos os anos e os Brazucas vao pra limpar o terreno durante e depois de tudo.

Sai da casa pra vir pro meu Au pair, tenho meu quarto individual, com cama de casal, com armario e comoda e um lap top, faco meus salgadinhos, a familia AMA minha comida… to muito feliz, ganho melhor que a media e logo logo pago meu intercambio e comeco minhas viagens, Amem!

Monday 11 October 2010


Espaguete a carbonara

Saturday 17 April 2010

Eu tenho padrinhos mágicos!

Desde que me conheço por gente sempre quis ir pro exterior. Primeiro estudei espanhol e cismei de ir pra Salamanca na Espanha. Depois estudei inglês e cismei que ia pro Canadá, até comecei a faculdade de Gastronomia não só pelo talento que tenho pra cozinhar, mas também porque li uma reportagem sobre a vasta oportunidade de trabalho nesta área por todo o Canadá.

Mas, não tenho papai pra me sustentar, trabalho desde os treze anos e tudo o que conquistei até hoje foi com o suor do meu trabalho. Minha mãe me dá a força que preciso quando esmoreço, renova minhas energias quando perco a fé, porque tenho muita fé, mas ainda sim ela é pequena e eu me envergonho disso. Mas, financeiramente, não tenho com quem contar. Sendo assim, esse sonho de ir embora ficou no esquecimento.

Na faculdade eu conheci o Bruno, começamos a namorar, namoramos por quase cinco anos. Eu fui pra Itu pra ficar mais perto dele, morei numa pensão com outras dezessete meninas, vivi momentos bons, outros não tão bons, outros péssimos mesmo, por várias vezes tive que me impor, o que foi bom pro meu amadurecimento, na maioria das vezes senti muita solidão, me questionei inúmeras vezes: “O que estou fazendo da minha vida!”. Afinal, eu morava com muita gente, mas era como se eu estivesse sozinha, eu tinha um namorado que eu via na faculdade durante a semana e raramente nos fins de semana, quando a solidão batia mais forte, porque eu ficava sozinha naquela casa grande e fria e trabalhava na recepcao de um hotelzinho de uma cidadezinha, nada a ver comigo. Porque gosto de A&B e não de recepção e porque até então, o menor hotel que eu já havia trabalhado tinha 196 apartamentos.

Surgiu uma oportunidade na minha área, troquei de emprego, em Cabreuva, fui descaradamente desvalorizada, só não entrei em depressão profunda porque eu sou mais eu e me amo muito, tenho plena convicção da minha competência e amor pelo que faço, e é claro porque tenho minha amada mãe pra me fortalecer.

Voltei pra Campinas, cuidei da Beatriz o meu amor, minha paixão. Tentei me lançar na gastronomia, enquanto eu tinha dinheiro pra investir, deu certo. Mas, sofri um golpe, o que me fortaleceu, hoje desconfio até da minha roupa, pois ela pode rasgar e me desnudar em plena rua.

Voltei pro Hotelzinho da cidadezinha, não só porque eu precisava, mas porque o Hotel precisava, porque era pra aprender um novo oficio, o que enriqueceu o meu currículo e pra ficar perto do Bruno, pois a distância estava esfriando o nosso relacionamento.

Morei no hotel por um ano. Fiz uma entrevista numa multinacional pra vaga de Chefe executivo (cozinhar para o diretor da empresa). Cheguei pra entrevista e só tinha meninas filhinhas de papai que estudaram na Europa. Até me assustei quando cheguei porque pensei que era um desfile de moda e não seleção de emprego. Havia quinze meninas, eu fui a ultima a ser entrevistada, a responsável pela seleção me adorou disse que havia me observado, disse que eu tinha o perfil que o diretor gosta, mas o meu currículo era fraco, eu não tinha uma especialização no exterior.

Voltei triste da vida pra Itu e conversei com a Vera gerente do hotel, que a essas alturas já havia se tornado uma boa amiga.
Ela então ela me falou sobre o seu irmão que morava na Irlanda e que por sua vez estava a caminho do Brasil e trabalhava na escola de inglês. Eu me interessei porque logo enxerguei a oportunidade de ir pra Europa aprimorar o inglês, trabalhar, juntar dinheiro e fazer a tão cobrada especialização no exterior.

A Vera me passou os valores do curso, eu não tinha a grana, afinal eu me banco e faço questão de ajudar minha mãe no que posso, então é bem difícil conseguir juntar alguma coisa com esse salário de fome que se paga aqui no Brasil. Pedi emprestado pra todo mundo que conheço e que deduzi que tivesse dinheiro, mas as pessoas não emprestam nem dez reais, quem dirá dez mil reais!
Assim que o José chegou, os convidei pra um jantar na minha casa em Campinas.

Começamos com o pé esquerdo porque sou prática e objetiva, então fiz um mapa no qual de Itu até minha casa em Campinas constavam apenas quatro ruas, mas, veja bem... é um retão, não tem erro! Mas, eles se perderam e chegaram na minha casa pra lá das onze da noite.

Eu fiz bobó de camarão e de sobremesa Creme Bruleé de tapioca, é muito simples de preparar e é divino. Deixei a tapioca de molho no leite de um dia pro outro, adicionei leite condensado, leite de coco, creme de leite e gemas de ovo, levei ao fogo até dar uma leve engrossada, coloquei nos ramequins polvilhei o açúcar e o caramelei com o maçarico.

O José lambeu os beiços mencionou a sua idéia de abrir um buffet de comida brasileira em Dublin e disse que financiaria minha viagem pra eu pagar aos poucos e quem sabe o ajudar com essa idéia. Eu topei na hora é claro. Voltei com eles pra Itu e pra variar nos perdemos e por incrível que pareça uma viagem que seria de 45 minutos levou 5 horas, isso mesmo, pois demos voltas e mais voltas em circulo, até que o José resolveu ir até São Paulo e de lá ir pra Itu.

Creme bruleé de tapioca

Continua...

É claro que logo vieram as especulações: “Olha, cuidado e se ele for um aliciador?”, “Veja bem e se ele te cobrar o dobro?”, “Cuidado ele pode te cobrar com sexo!”.
Eu ia em novembro, mas não deu, porque ele não pôde, ai que eu tive que escutar : “Ele ta te iludindo!”, “Pára de ser alienada, ponha os pés no chão!”.
Eu ia em janeiro, mas estava absurdamente frio lá e ele, ou melhor, nós achamos melhor adiar mais um pouco, ai o massacre foi gritante, o Bruno então, se disse decepcionadíssimo comigo: “Não quero fazer minha vida com uma mulher que não tem os pés no chão, que vive de ilusão!”.Todos me olhavam com cara de dó “A pobrezinha iludida!” Pensavam.
Eu ia em março, sozinha. Mas, o José resolveu vir pro Brasil em Abril e achou melhor eu ir com ele. Só faltou eu ser crucificada, porque o martírio foi grande, confesso que minha fé foi testada no limite eu quase a deixei escapar, e mais uma vez contei com minha amada mãe pra me fortalecer.

Sexta dia 09, fui num encontro em São Paulo da galerinha da escola e por uma benção divina eu ganhei o prêmio de quinhentos euros de desconto no curso, e quase que não participei do sorteio, fui a ultima a colocar o nome, nem sabia do prêmio.
Sábado me despedi da galera de Itu e na segunda o José me informou que tinha adiado a volta dele e que, portanto eu iria sozinha.
Na quarta minha irmã Dani voltou de viagem e minha mãe fez Vaca atolada pro marido dela que estava com desejo. Ela cozinhou a mandioca em água temperada com sal e pimenta do reino, depois ela fritou as costelas de vaca com alho e cebola, adicionou a água da mandioca e colocou caldo de costela, tomate, pimentão, pimenta dedo de moça, louro, deixou cozinhar por aproximadamente 30 minutos e finalizou com salsa picada, serviu com arroz e farofa de ovo.
Na quinta fomos em Itu pegar os documentos e a Dani conversou com o José, espero que ele tenha sanado todas as suas dúvidas e hoje fiquei sabendo que um vulcão resolveu dar o ar de sua graça e entrar em erupção interrompendo todo o tráfego aéreo Europeu... Que beleza! Deus queira que até domingo tudo esteja resolvido e que eu faça a minha tão esperada viagem, amém!

Fui testada por Deus, pelo Universo, pelas pessoas... estou no meu limite. Estou indo com um empréstimo daqueles pra pagar, com mil euros no bolso que não são meus e terei que devolver assim que chegar em Dublin, ou seja, estou indo dura. Mas, com a oferta de emprego a cem euros por semana e um mês de acomodação pago, ufa! Não ta tão ruim assim a minha situação. Conversei com pessoas que estão indo ou foram em condições bem piores que a minha.

Obrigada Deus por colocar a Vera e o José na minha vida, porque eles estão fazendo por mim o que parente nenhum fez, eles são os padrinhos que a vida me deu. Faço questão de retribuir a confiança que eles estão depositando em mim! Que Deus os abençoe e retribua em dobro todas as bênçãos que eles derramaram em minha vida! Agora cabe a mim fazer valer!


Vaca atolada

Tuesday 13 April 2010

"Arte" em família

Não faz muito tempo minha irmã Deborah foi ao salão e a cabeleireira quis cobrar cento e vinte reais pra fazer uma escova progressiva em seus curtos cabelos. Minha irmã foi na loja onde os profissionais da área compram os materiais que usam e conversou com a vendedora que lhe passou os produtos e o passo a passo da aplicação de cada um, minha irmã pagou quinze reais e foi pra casa, pra eu a “cabeleireira” oficial da família fazer a aplicação.

Nós nos lembramos de quando eu pintava minhas unhas de preto e fazia bolinhas vermelhas, imitando joaninhas, lembramos também do dia que eu e a Dani estávamos de férias no Rio de Janeiro e ela tingiu o meu cabelo de loiro, fomos ao Shopping, eu vi o reflexo de uma menina e eu disse pra Dani “aquela menina se parece comigo, mas ficou parecendo uma Jacaroua com aquele cabelo loiro”. Minha irmã carinhosamente respondeu “é você sua anta!”. Então, enxerguei o espelho. Comprei na mesma hora uma tinta castanho natural e fomos pra casa, ela tingiu meus cabelos e eles ficaram verdes, depois ela resolveu descolorir e eu fiquei parecendo um mico leão dourado, então ela teve a brilhante idéia... “Já sei! Vamos ao salão”, disse ela. Eu virei bicho, ordenei que ela resolvesse o problema, eu disse “Não, pelo amor de Deus não faça isso comigo, não sairei na rua assim, resolve isso você mesma e agora... Por favor!”. Ela ligou num salão e a cabeleireira disse pra ela passar um tom avermelhado... Até que fiquei bonitinha meio ruiva!

Nessas mesmas férias eu fui à praia, vesti meu biquininho, calcei o meu tamanquinho e saí feliz da vida, eu já estava no calçadão quando torci meu pé, detalhe básico: eu caí no exato momento em que eu passava por um grupinho de garotos tipicamente cariocas com dragões tatuados nos braços e calção, corpo aberto no espaço, sabe? Então eu me levantei rapidamente e quando dei o primeiro passo, cai novamente, um dos meninos pegou me no colo, atravessou a rua e me levou a clinica ortopédica que por milagre ou coincidência, estava ali bem em frente, do outro lado da rua. O médico ligou pra minha tia, assim que ela entrou no consultório pegou meus tamancos, lindos e altos e os arremessou no lixo, quando o médico disse que o gesso ficaria em trezentos reias ela ficou muito brava, mandou ele a merda e me levou pro hospital público, detalhe: eu estava só de biquíni e descalça, depois de quatro horas de espera em meio ao caos, pessoas baleadas, com fraturas expostas e tudo de mais traumatizante que possa existir, meu pé foi engessado e fomos pra casa.
Graças a Deus nos oito dias seguintes ao incidente choveu no Rio de Janeiro, mas assim que o Sol raiou, eu não tive dúvida, tirei o gesso e fui a praia. Minha tia faltou dar cria quando chegou em casa e eu estava sem o gesso, o que livrou a minha barra foi que preparei o frango ensopado que ela me ensinara nas férias anteriores que passamos juntas na fazenda.

Comprei o frango inteiro e pedi pra cortar os pedaços, lavei em água corrente e temperei com suco de laranja, creme de cebola e sache com bastante alecrim, deixei marinando por meia hora, dourei o alho e a cebola, juntei os pedaços de frango, deixei dourar também, polvilhei curry e adicionei água fervente e dois tabletes de caldo de galinha e deixei cozinhar até a carne ficar macia e o reduzir o caldo. Lavei o quiabo, um por vez e sequei bem pra que eles não ficassem babentos cortei-os em pedaços de graúdos e os refoguei junto com alho e cebola, acrescentei um tomate concasse cortado em cubos, suco de um limão e salsa picada, fiz a polenta e o arroz. Minha tia ficou orgulhosa e comeu bastante. E eu me safei da bronca!

Frango ensopado com quiabo e polenta

Sunday 4 April 2010

Ahhhh Barataaa!

Esse assunto não combina muito com comida, eu sei. Mas, não posso deixar de falar sobre a repulsa que tenho com relação a esse bicho escroto, a Barata.
Nesse glorioso sábado de aleluia em que Judas é malhado e que no Rio de Janeiro os garotos se vestem com roupas de palhaço, mascaras de monstros e saem pelas ruas batendo contra o chão uma bola que é amarrada por uma corda e que faz um barulho ensurdecedor, são os chamados bate-bolas, os quais me matavam de medo quando criança...

Voltando ao assunto antes que eu perca o fio da meada... Nesse sábado de aleluia, após uma sexta-feira santa na qual fui dirigindo o carro do meu adorado cunhadinho Robson até a casa da minha irmã a Deborah, onde preparei um delicioso salmão temperado com vinho branco, sal, pimenta do reino, limão e alho, assado com legumes cortados grosseiramente em cubos e pré-cozidos em água temperada com sal e bouquet garni acompanhado de arroz com alcaparras e farofa de banana...

Ops! Perdi o fio da meada...
Lembrei! No sábado de aleluia eu foi colocar a ração da minha linda cachorrinha e avistei uma barata em seu prato, discretamente peguei o veneno spray e borrifei nela, ela ficou muito tonta, borrifei mais veneno e ela se fez de morta, então peguei uma sacola, a idéia era colocá-la em cima do prato, virá-lo de cabeça para baixo para a barata cair dentro da sacola, depois eu daria um nó e a jogaria no lixo. Ensaiei por quase meia hora a estratégia que eu usaria e quando tentei colocar em prática a danada se mexeu, eu saí correndo e gritando. Minha amada irmã Dani veio ver o que estava acontecendo e ficou indignada comigo, como eu podia ter tanto medo de barata? Rapidinho ela a colocou na sacola e com a mão minha irmã a esmurrou esmigalhando a coitada.

Na pensão em que morei eu tinha um esquema, no meu quarto eu colocava um pano fechando a fresta da porta da varanda e outro fechando a fresta da porta de entrada do quarto, borrifava veneno em tudo, e ainda sim algumas conseguiam sobreviver e ai não tinha jeito eu saia gritando e a dona da Pensão vinha matar. Numa noite, eu já estava dormindo, senti algo fazer cócegas no meu braço, no dia seguinte a Érica, que dividia o quarto comigo disse: “Graças a Deus você não acordou, pois tinha uma barata voadora no quarto, e ela andou no seu braço”. Eu fui à mesma hora pro banheiro e esfreguei tanto o braço que quase o arranquei fora.
Uma outra vez eu cheguei de madrugada e estava faminta, quando entrei na cozinha contei quinze baratas, minha fome passou na mesma hora.

Eu gosto muito de viajar e sempre que posso o faço, mesmo que sozinha. Numa dessas viagens, me hospedei num hotel modesto e quando fui tomar banho tinha uma barata no banheiro ela já estava morta, em cima do tapete, então pensei: “Pego nas laterais do tapete, jogo o defunto na privada e dou descarga. Muito simples!”. Porém a filha da mãe grudou no tapete, eu me assustei e saí correndo, a camareira entrou pegou um pedaço de papel higiênico, a pegou com o auxílio do papel e a jogou no lixo.

No hotel em que morei ano passado aconteceu algo parecido, mas três vezes pior, havia uma barata no banheiro, ela era enorme, do tamanho da minha mão... Ta bom vai, do tamanho da palma da minha mão... contando com as antenas... Mas, isso não vem ao caso, o que importa é que ela era muito grande, daquelas que tem a bunda arrebitada e estava vivinha da silva. Eu pensei: “Vou pegar o rodo e vou acertá-la com tudo. Muito simples!”. Ensaiei minha estratégia por uns dez minutos, pois nada podia dar errado. Quando finalmente eu resolvi acertá-la ela saiu correndo, conseqüentemente eu também. A camareira entrou, a esmigalhou com o rodo, a pegou com o auxilio do papel higiênico e a jogou no lixo.
Um dia, quem sabe, eu me encorajo a fazer o trabalho sujo. Deus é tão bom comigo que sempre tem alguém pra fazer esse trabalho por mim!


Salmão assado com legumes

Sunday 14 March 2010

Acontecimentos recentes

Eu tava em Itu fazendo um trabalho extra e minha amiga Muriel veio almoçar comigo, depois de mais de um ano sem nos ver, fiquei muito alegre em reencontrá-la, em saber que está muito feliz, porque comprou sua casa e vai se casar! Espero que em breve ela me dê muitos sobrinhos, farei questão de estragá-los com muitos mimos!
Chamei umas amigas de Itu que gosto muito a Sara Ingrid, a Vera, a Karol, a Jó, a Fernanda, a Rosana, a Roseane irmã da Vera e o Fernando filho da Vera.

A Fernanda já trabalhava no hotel quando eu fui trabalhar lá, é uma pessoa muito engraçada, a Rosana e a Sara começaram a trabalhar nessa minha última temporada no hotel a Ro é um doce muito divertida e a Sara é guerreira, “das minhas!”, como sempre digo. Somos amigas de Boteco, amizade recente que vai durar muito ainda.

A Karol é "irmã" e a Jó é outra figura muito louca. A Vera é especial, a madrinha que a vida me deu, veio quietinha de maneira silenciosa e ocupou um bom pedaço do meu coração, não só por tudo que ela já fez por mim, mas também pelo que ela é, uma pessoa transparente, amiga de verdade, ela é essência e não aparência “é das minhas!”.

Na semana seguinte, fiquei surpresa com o convite do Elias Muniz, ele me chamou para sua formatura. Eu fui e fiquei muito feliz em ver sua alegria ele estava tão radiante, de um jeito que eu nunca vi. Ele sempre foi muito quieto, bastante observador, na festa ele estava falante, brincalhão, tipo assim... “dos meus!”.

No domingo mamis, Valdir, Joana, Bia (cachorra) e eu fomos pra praça da esquina beber cerveja, a cachorra ficou só na água! O Valdir misturou Malzbier com cerveja clara, menina não é que ficou muito bom... Adivinha? Saímos trançando as pernas, mamãe até caiu do banco em câmera lenta... Foi cômico! Depois dormimos a tarde toda... Muito bom!

Na quarta fui pra Indaiatuba conhecer a casa da Muriel, a mãe dela fez umas batatas assadas com casca e tudo, simplesmente divinas! Ela as cortou ao meio, cavou um pouco dentro, salpicou um pouco de sal, colocou queijo mussarela e cheddar, fez uma caminha com papel alumínio e assou por 30 minutos, serviu com arroz, feijão e salada de folhas e pepino, depois Murinha e eu assistimos um filme, que na verdade eu não assisti... Peguei no sono! Como sempre, foi muito gostoso estar com a Murinha.

Ontém, a Deborah foi comigo ao centro de Campinas, estava muito quente, então paramos no Papai Salim pra tomar um suco, resolvi comprar um Mamoul e saímos andando, quando abri o saquinho do doce que era coberto com açúcar de confeiteiro, mais pareceu uma bomba, pois espirrou açúcar pra todos os lados e eu fiquei inteira coberta de branco, mas não me dei conta, então mordi o doce e virei pra oferecer um pedaço pra minha irmã. Ela olhou pra mim e caiu na risada, eu me olhei através da vidraça da loja e vi que estava toda suja de branco, comecei a me limpar quando reparei que havia um rapaz dentro da loja cascando o bico de rir de mim, ai nem eu agüentei, ri muito também. A Deborah e eu fomos para o ponto do ônibus e um carro da policia parou na frente, os ambulantes saíram correndo, uma mulher enfrentou os policiais e um deles deu um tiro pra cima, eu fiquei desesperada, então eu e a Deborah entramos num táxi que estava parado no transito, o motorista saiu costurando entre os outros carros, o cara pilotava! Meu Deus, obrigada por eu estar viva e inteira!
O Mamoul é um doce libanês, coloca a manteiga para ferver. Dissolve o fermento na água e sal. Coloca o trigo em uma bacia e escalda com a manteiga ao mesmo tempo vai colocando o sal e fermento. Amasse bem até ficar uma massa bem úmida e leve. Deixe descansar 20 minutos. Recheie com nozes picadas e damasco, figo ou ameixa misturados com açúcar, asse rapidamente em forno pré aquecido, decore com açúcar cristal ou de confeiteiro.

Mamoul

Thursday 11 March 2010

Brasil

Há uns dias atrás eu li uma manchete no jornal: "Lula diz que Dilma é pra dois mandatos!". Eu fiquei perplexa com tamanha convicção, como se o País fosse propriedade deles.
Porém, parei para analisar e de fato eles compraram o povo, e compraram com mentiras e esmolas. Infelizmente, somos corruptos e medíocres e merecemos o governo que temos.

Não entendo nada de política, pois nunca me ensinaram, até porque não convém aos nossos governantes que entendamos sobre esse assunto. Você sabe qual é o papel do senado? Das câmaras de vereadores? Dos ministros? Tenho certeza de que a sua resposta é Não, ou mais ou menos... A minha resposta também é essa.
Mas não sou cega nem burra, eu sei que o Lula é arrogante sim, porque pense comigo: "desde que me entendo por gente ele se candidata a presidência, e olha que estou beirando os trinta! não dava pra ele ser vereador, senador, ministro pra depois ser presidente, como todo profissional faz na vida? Ou já que queria tanto assim ser presidente, será que não dava pra ele ter feito uma faculdade de administração, que fosse? Será que não dava pra ter estudado espanhol, ao menos? Com tanto dinheiro que ele ganhou a frente do fat e da Cut, será que ele não poderia mesmo ter se preparado?".
Eu digo que ele não o fez, porque ele quis vender a imagem de ignorante, igual a grande massa de ignorantes que dominam o País. Mas, eu digo-lhes de ignorante ele não tem é nada, faz papel de coitadinho, de o legal porque bebe pinga e joga bola, igual o pobrezinho que ta no morro e que num tem nem a quinta série.
Dá acesso à faculdade pra o vizinho do pobrezinho do morro que por erro dos governos anteriores foi aprovado em todas as séries, mas mal consegue ler e escrever o próprio nome, no entanto, ele se sente um abençoado pelo São Lula da Silva, porque agora ele está na universidade.

Na minha visão isso chega a ser um crime! Meu Deus, não tem que facilitar o acesso à faculdade, e sim melhorar o ensino médio, qualificar mais os professores, ensinar política, economia e tarefas do lar desde o primário, pra que desde criança, a pessoa tenha discernimento e capacidade de expressão.

Uma pessoa só pode entrar na faculdade sabendo ler e escrever corretamente, sabendo se expressar e interpretar o que vê, lê e ouve.
Mas isso não é interessante para os governantes, pois as pessoas que tem essas capacidades, não votariam no Lula nem na Dilma e em nenhum dos governantes antecessores.
Porque pessoas com essas capacidades não se venderiam por esmolas como bolsa família e outras que esses governos medíocres dão.
Um povo com essas capacidades exige dos seus governantes resultados, exige melhores condições de emprego, salário digno, educação e saúde.

Pessoas bem instruídas não roubam o que é dos outros, adquirem por si seus bens, tem mais fé porque quando a vida caminha tranqüila é mais fácil agradecer e a aceitar Deus, por tanto dificilmente uma pessoa bem instruída vai agredir o próximo ou prejudicar de alguma maneira.

Uma pessoa bem instruída se enojaria com o governo que lança o cartão cultura de R$50,00 bem na semana de estréia do filme "Lula o filho do Brasil”. Dado apenas a grande massa de metalúrgicos pobres e coitadinhos como o São Lula da Silva foi um dia! Em pleno ano eleitoral. Mas, não é campanha, hein!

Um povo bem instruído procuraria a verdadeira biografia da futura presidente “Santa Dilma Rousseff”, para descobrir quem realmente ela é, antes de cair na lábia do São Lula da Silva e vender seu voto a troco de esmola.

Esse governo está nos deixando cada vez mais ignorantes, sem dignidade e cegos. Ele assina coisas e depois diz que não sabe o que assinou, se ele faz isso aqui no Brasil onde, supõe-se que ele saiba o que está lendo, por tanto assinando, quem dirá o que ele assina lá fora, uma vez que ele não sabe o que está escrito? Afinal ele mal fala o Português.

Chega galera! Vamos sair dessa mediocridade! Por que você não merece ter tudo do bom e do melhor? Por que você não merece ter ensino médio de qualidade? Por que você não merece ter um salário digno que te faça viver e não sobreviver como sempre foi? Porque você não merece um hospital publico com médicos que te atendam com educação, respeito e amor pelo que fazem? Porque você não merece andar sem medo de ser roubado e agredido nas ruas? Eu repondo que você merece, nós podemos e merecemos sim! Pagamos impostos, temos direitos, mas se não brigarmos por eles, vamos permanecer na mediocridade. Pensem nisso!

Trago a receita do Panetone, que tem feito muito sucesso no Planalto Central.
Dissolva o fermento na água morna, acrescente a farinha de trigo, misture bem e unte um recipiente com óleo e deixe a massa da esponja descansar por 1 hora. Bata as gemas com metade da água gelada. Misture a farinha, o pamix e o sal até obter uma farofa. Acrescente as gemas batidas com a água, misturando bem até obter uma massa cremosa. Misture a massa reservada da esponja com a massa do reforço, sove bem, adicione restante da água gelada, aos poucos, até conseguir uma massa elástica. Abra a massa e distribua as frutas cristalizadas e as passas, enrole delicadamente. Divida em quatro partes, deixe descansar em superfície untada por 30 minutos, cobertas com plástico. Coloque em fôrmas de panetone de 1/2kg. Cubra com plástico, deixe crescer. Asse em forno médio, previamente aquecido por aproximadamente 45 minutos.


Panetone

Tia Cleusa

Lembrei-me da minha amada tia Cleusa. Sempre quis ser como ela, quando criança eu dizia: “quando eu crescer quero ser madame como a minha tia, terei um mil milhões de dólares”.
Numa fase em que meus pais se separaram, minha mãe começou a trabalhar fora e minha tia ia à minha casa toda vestida de dona de casa, com direito a avental e bob de cabelo. Ela deixava a casa um brinco, e enquanto limpava, cantava óperas, ou tentava cantar.

Uma vez ela me levou ao Shopping pra comprar uma roupa e eu logo que entrei avistei um tailleur com debrum branco e mini saia, minha tia disse que era roupa de velha, mas eu achei a roupa mais linda do mundo, ela me fez andar o shopping todo e experimentar muitas outras roupas, mas eu queria aquela, ela então a comprou e eu a usei por uma semana inteira, não deixei nem minha mãe lavá-la.

Eu sempre tive fases, tive a fase de quebrar os copos de cristal da minha tia na boca, a fase do café com leite gelado com feijoada, a fase da maionese, do suco de laranja, da limonada suíça, dos pirulitos, dos pirocópteros e das bananas.

Uma vez na casa da minha querida tia eu estava escolhendo uma banana, peguei a mais bonita e certamente a mais apetitosa, a descasquei cuidadosamente, já imaginando o delicioso sabor daquela fruta grande e robusta. Quando me preparei para abocanhá-la, minha prima Joana passou correndo, o meu primo Pedro que a seguia, num gesto brusco, roubou-me a banana e a arremessou na minha prima, eu fiquei em estado de choque, nunca na minha vida comi uma banana tão gostosa e nunca vou comer!

A Dani e o Pedro sempre se estranharam, uma vez os dois já adultos começaram uma guerra de ovos, tudo porque a Dani num gesto de educação ofereceu à ele um lugar na mesa e quando o pobre foi sentar ela puxou a cadeira e o Pedro caiu no chão, ele se levantou, fingiu que não ligou e quando a Dani já tinha esquecido ele veio por trás e quebrou dois ovos na cabeça dela, ela então, pegou a cartela de ovos e arremessou todos os ovos nele, sujaram a casa da minha mãe inteira, depois os dois tontos tiveram que limpar tudo.

Nesse dia minha mãe fez camarão na moranga ela tirou a tampa da moranga e as sementes, lavou-a e a embrulhou no papel alumínio depois assou por 45 minutos. Salteou no azeite os camarões previamente temperados com limão, sal e pimenta do reino, juntou os tomates concasse cortados em cubos e o catchup, desligou o fogo acrescentou o creme de leite, na moranga reservada espalhou o requeijão, colocou os camarões e a voltou pro forno pré-aquecido por mais quinze minutos, serviu com arroz e mandioca frita. Foi um dia muito alegre que ficou na memória.

Camarão na moranga

Wednesday 3 March 2010

Eu sou Amor

Eu confesso que estava bem revoltada com a dona Neusa, dona do hotel, então resolvi presenteá-la com um Livro de espiritismo e uma carta falando da minha grande indignação, pois, não entendo o por que uma senhora de quase oitenta anos é tão mesquinha e egoísta? Eu gostaria de mostrá-la que viver tanto e não aprender nada é pedir pra voltar aqui por mais duas ou mais encarnações, em condições cada vez piores.
Mas, achei um livro que comprei há um tempo atrás “O poder da gratidão” e resolvi ler a primeira página, lá estava escrito “Se a sua felicidade está no dinheiro, você não sabe o que é ser feliz!”. Então, escrevi a seguinte dedicatória: “Agradeço a Deus, por fazer de mim o instrumento do vosso amor. Agradeço a mim mesma por reconhecer a presença de Deus em minha vida. Agradeço a ti que por mesmo sem saber me ajudou a evoluir como ser humano!”.

E fui pra Itu, entreguei o livro a ela que chorou ao ler a dedicatória. Acho que ela entendeu o recado, e eu estou feliz por ter sido mais amor que rancor, sou feliz por ser o que sou, por fazer o que faço e por ter o que tenho, mereço mais e o Universo trabalha ao meu favor, por isso sei que terei ainda mais, e continuarei a ser o amor de Deus e a fazer tudo que faço com muito amor. Nunca deixarei de ser grata, justa e generosa, porque dinheiro apenas acentua o que você já é, e eu já sou grata, justa e generosa.

Nesse pequeno período que passei em Itu, uma amiga do meu namorado Faleceu, com apenas 22 anos descobriu a Leucemia e em menos de quarenta dias, tornou-se mais um anjo de Deus!
Foi muito triste ver a revolta do Pai dela, afinal ela era filha única, o que justifica tamanha revolta, embora eu acredite que ele tenha sido injusto com Deus, pois ela era uma adulta, e ele, pôde vê-la formada, trabalhando em seu primeiro emprego, quer dizer, ele deu mais a ela que muitos pais podem dar a seus filhos e a viu feliz e realizada. Que Deus torne a tocar o coração do pobre homem e devolva a ele uma razão de viver!

O Bruno e os outros amigos ficaram se lembrando das peripécias da moça, que era fã numero um do Chaves e falava sempre “me dê um Churrrrrus!”. Como a personagem, então em homenagem a ela trago a receita do churros que é feito com leite, manteiga, sal e farinha de trigo, misturado e levado ao fogo, mexendo até engrossar, depois é só colocar a massa num saco de confeiteiro e colocar aos poucos direto no óleo pré-aquecido a 180ºc. depois passe no açúcar com canela em pó, com outro saco de confeiteiro, basta rechear os churros com doce de leite, brigadeiro, creme de confeiteiro, o que quiser.
OBS: Quando eu morrer não quero velório, não quero ser exposta, quero ser lembrada viva e feliz. quero que doem o que ainda prestar em mim e me cremem, depois áqueles que me amam podem se reunir e brindar a minha chegada no Céu, podem relembrar os momentos bons e não tão bons que tiveram comigo (se mentir eu volto a noite pra puxar o pé!) e quero que fiquem felizes e continuem a viver a bela vida que Deus os deu de presente!

Churros

Thursday 11 February 2010

Voltando pra casa

Voltei pra Campinas e só pude me manter financeiramente por um tempo porque juntei dinheiro em Cabreuva, se o Colonial tivesse feito acordo comigo eu teria direito ao seguro desemprego, que me ajudaria por mais tempo. Minha irmã Deborah estava trabalhando e disse pra eu tentar fazer o meu nome na gastronomia que ela segurava as contas da casa, eu me lancei como personal chef a idéia é cozinhar e ensinar a cozinhar. Tive alguns clientes, mas nada que garantisse meu sustento. A Deborah saiu do emprego, o dinheiro acabou e minha energia também, só não caí em depressão profunda porque minha mãe estava cuidando da Tizz.

A Beatriz é a filha da Neide, desde que ela nasceu minha mãe cuidou dela e eu quando voltei pra casa cuidei junto, troquei fraldas, coloquei pra dormir, preparei papinhas e mamadeiras, dei banho e aprendi a amar como nunca amei antes. A Tizz aprendeu a andar conosco, dos meus braços ela ia para os braços da minha mãe.
Minha mãe fazia frango a passarinho temperado com limão, alho, sal, pimenta do reino e salsa, passava na farinha de trigo com uma pitadinha de fermento em pó e fritava em imersão em óleo aquecido a 180ºc e a gente assistia Discovery Kids e comia o frango, e dançava ao som dos Gun’s... No primeiro aniversário dela eu fiz um bolo de rolo sem rolo, cobri com Marshmallow e calda de goiaba e fiz Bicho de pé, um docinho feito com leite condensado, gelatina de morango ou cereja e creme de leite, ela se divertiu bastante... A Tizz foi minha força pra continuar de pé.
Fiz algumas entrevistas, mas nada consegui. No final do ano eu briguei com o Ni e minha amiga Karol veio ficar comigo, comemos e bebemos bastante, fizemos as unhas e fomos juntas pra Itu, acabei voltando com o Bruno.
O ano virou e recebi a terrível notícia... A Karol, minha amada amiga Tabajapa, teve um AVC, com apenas 21 anos, eu fiquei desnorteada, fui na mesma hora pra Itu e foi muito triste ver minha amiga toda torta em cima daquela maca de hospital, sem conseguir falar.

O Roberto, chefe de recepção me chamou de volta, só por um mês até achar outra pessoa para substituir a Karol e eu aceitei, pois eu poderia ficar perto da minha amiga e ganhar dinheiro. Um mês virou dois, a Vera precisava de ajuda com a auditoria no escritório e me chamou, por fim fiquei um ano morando e trabalhando no hotel Colonial, sem registro.

A Karol ficou bem, voltou a falar. Nós malhamos na academia ao longo do ano e agora no fim de 2009 ela voltou a trabalhar e eu não via mais sentido em continuar nessa situação, então voltei pra Campinas. Estou novamente parada e sem dinheiro, pois o hotel me pagou uma quantia questionável que mal pagou as contas. Processar? Sim, eu posso e pego um bom dinheiro. Mas, eu com esse meu amor intenso que se torna ridículo, pois chega a me prejudicar, não tenho coragem de o fazer. Eu adquiri uma amizade, um carinho tão grande pela Vera, que não me permite fazer justiça a meu favor.

Eu também tenho muito carinho pelo Roberto e tenho certeza de que ele, também tem carinho por mim, afinal não é qualquer chefe que prepara uma lasanha do jeitinho que você gosta, sem presunto e com molho branco e vermelho, e te convida pra jantar na casa dele, né!

Agora a Carla que me surpreendeu, eu morava no hotel e passava uma fome danada, pois eu gastava em média doze reais por almoço no restaurante, então eu só comia no almoço. No começo eu ainda conseguia comer marmita, eu pagava oito reais e dividia em duas partes, comia metade na hora e a outra parte no dia seguinte, mas só de lembrar me embrulha o estômago, por tanto não agüentei isso por muito tempo.

A Carla vendia trufas de chocolate, uma vez eu comprei uma e ela trouxe junto com a trufa uma marmita, ela ficou morrendo de vergonha de me dar a marmita, ficou com medo de me magoar, mas eu nem liguei, pelo contrario fiquei tão feliz que enquanto eu comia eu ria e chorava, porque quantas pessoas você conhece que tem tamanha sensibilidade e bondade?
Eu cheguei no refeitório dizendo: “Galera olha a nova promoção da Carla, compre uma trufa e ganhe uma marmita!”. A galera foi em peso reinvindicar da Carla marmitas por trufas e ela começou a fornecer marmita pra gente, por um precinho camarada.
Uma vez eu fiquei gripada e ela ficou preocupada comigo, no fim do dia ela levou uma canja de galinha e um leite com canela, pra eu tomar. Que Deus a abençoe muito, a Carla merece toda a prosperidade do mundo!

Frango a passarinho



Bicho de pé

Momentos

Em Itu eu vivi momentos inesquecíveis, como o dia que a Ro noticiou sua gravidez e o nosso grupinho a abraçou e comemoramos muito, ou no aniversário da própria Roseane, que levamos um bolo Pullman e comemoramos na sala de aula, só nós eu, Karol, Pitty, Ro e Andréia, ou o aniversário da Karol que eu e a Ro fizemos coxinha de galinha, nós cozinhamos os peitos de frango na água temperada com caldo de galinha, sal, curry e pimenta do reino, depois desfiamos a carne e descartamos a carcaça. Juntamos farinha de trigo ao caldo e mexemos vigorosamente até formar a massa. Juntamos ao frango desfiado, milho, salsa picada, tomate concasse picado e um copo de requeijão. Espalmamos um punha de massa recheamos e modelamos em forma de coxas, passamos na farinha de trigo, depois no ovo ligeiramente batido e depois na farinha de rosca e fritamos em imersão no óleo aquecido a 180ºc. Fizemos brigadeiro e levamos para a aula de bolos, colocamos uma vela num dos bolos e cantamos parabéns pra Karol. A professora não gostou da festinha surpresa que fizemos, mas... Que se dani!

Teve também o dia que saí no intervalo e fiquei na praça com o Bruno, esquecemos da hora e voltamos correndo, pois já havia soado o sinal, a janela da minha sala era pra rua e quando passávamos por ela o professor estava fazendo a chamada e disse o meu nome e eu respondi da rua: “Presente!”. O professor foi à janela e disse: “Gracinha! Entra agora ou coloco falta pra você!”.

O casamento da Ro com o Tchuck também ficou na memória, pois o repertório foi todo a base do Raggae e ela estava linda, parecia um anjo. Depois, os comes e bebes na casa da Ro. Um dia fizemos sonhos de doce de leite e creme de confeiteiro, no outro panquecas, fondue de chocolate, fora os vários churrascos e sessões de DVD’s.

Mas, como nem tudo é um mar de rosas... Eu fiz uma entrevista num hotel de Cabreuva, que meu amigo havia indicado, eu fiquei na dúvida porque apesar de não ser na minha área, eu estava num lugar que me agradava, embora eu estivesse bem cansada de trabalhar no Colonial, eu me sentia segura lá.
Eu pedi pro Colonial fazer um acordo comigo, já que eles estavam fazendo acordo com outros funcionários, mas eles se recusaram e eu fui forçada a pedir a conta.
Nessa fase eu morava no apartamento com as meninas, mas nossa relação não estava mais legal, pois elas me exploravam, eu arrumava, eu cozinhava e chegava cansada em casa e minha cama estava abarrotada de coisas delas, pra finalizar com chave de ouro elas quase quebraram a minha televisão, então resolvi ir embora e fui morar na hospedaria do Hotel de Cabreuva.
Lá eu era assistente da gerencia de alimentos e bebidas junto com o Marcos, nós dois recém formados em Gastronomia, estávamos com gás total, elaboramos um portifólio de melhorias para a cozinha que era um nojo, com ralo aberto e tudo de mais nojento que se possa imaginar e treinamento pra brigada que era tão nojenta quanto. Mas, quando apresentamos o nosso projeto aos proprietários eles disseram: “Vocês estão aqui pra repor buffet e nada mais!”. Isso acabou com nossa auto-estima, passados os três meses de experiência saímos de lá e foi a melhor coisa que nos aconteceu, pois foram os três meses mais longos e tortuosos de nossas vidas.
Coxinha de galinha

Karol

A Karol é a minha amiga de Itu mais chegada. Lembro me que uma vez fomos na casa do Welder e eu fiz um Feijão preto gordo com bacon e calabresa, cozinhei o feijão com duas folhas de louro na pressão por meia hora, fritei o bacon, a calabresa, o alho e a cebola e juntei com o feijão, temperei com sal e cominho, servi com arroz branco, couve refogada e farofa de ovos, comemos muito, bebemos bastante e depois ficamos na janela paquerando os rapazes que passavam na rua. Aliás, fazíamos isso sempre da janela da Faculdade, a gente mexia com os rapazes que ficavam no pátio e quando eles olhavam a gente se escondia... Duas retardadas!

A karol encolhia os braços e amarrava as mangas da Dolman e saía se debatendo pelo corredor como se fosse uma louca no hospício, uma vez na sala de aula eu olhei pra ela e ela deu um sorriso, ela estava com um pedaço de papel pintado de preto colado no dente, eu caí na risada, quando o professor chegou perto e ela sorriu pra ele... Palhaça!
Outra vez que ri muito com a Karol, foi no dia que ela pegou a hortaliça levantou alto e disse: “Professor, o que eu faço com a couve?”. O professor respondeu: “A couve é pra você cortar e refogar, agora o que você vai fazer com esse repolho eu não sei!”. Meu, foi hilário.

Comecei a trabalhar no Hotel Itu Colonial, como eu estava recebendo seguro pedi pra não ser registrada, trabalhei por dois meses e a gerente resolveu me dispensar do dia pra noite, só porque uma outra menina que antes era recepcionista, depois passou a assistente administrativa, não sabia o que realmente queria. Saí de lá fiz uns estágios, passei por um outro hotel de Itu, que só tem fachada, eu sinceramente não como lá nem de graça!

Depois de quase um ano, eu estava andando na rua e encontrei o Roberto, um recepcionista que treinei antes de sair do Hotel, ele me disse que estava como chefe de recepção e me chamou de volta. Como eu tava numa dureza doida, resolvi aceitar. A gerente saiu entrou a Vera no lugar dela. O hotel precisava de outra recepcionista, então indiquei a Karol. Trabalhamos juntas por quase um ano. Nesse meio tempo resolvemos tirar carta de motorista. Logo na primeira aula de direção eu vi que a Karol se interessaria pelo instrutor, dito e feito, eles namoram até hoje!
É claro que um dia antes da prova eu dei um pitit básico, chorei fiz uma cena típica de Juju nos ombros do pobre Bruno, no dia seguinte foi fazer a prova e.... Passei!

Peguei a carta e disse pro Bruno me deixar dirigir até a casa da Karol, só que eu precisava fazer uma curva e confundi os pedais... Puxa vida, por que três pedais se eu só tenho dois pés? É claro que eu ia me confundir! Então acelerei quando devia frear, mas tive reflexo e fiz a curva, cantando pneu, mas fiz. O Bruno ficou muito bravo, me mandou parar o carro, disse que eu havia comprado a carta, que eu não sabia dirigir, que nunca mais me deixaria tocar no volante do carro dele, blá, blá, blá, blá, blá, blá! Ou seja, tenho trauma e não dirijo até hoje.

Feijão gordo

Wednesday 10 February 2010

Pensão

Eu cheguei na pensão e fiquei num quarto quádruplo. Havia três meninas que eu somente aturava, graças a Deus elas saíram do quarto e entrou uma garota mais velha a Erica, um amor de menina.

O único quarto duplo e com varanda vagou e a essas alturas eu já era amiga da Dri a dona da pensão, então eu e a Erica mudamos de acomodação. Erica e eu não ficamos amigas, mas nos dávamos muito bem, ela trabalhava muito, saía cedo e chegava tarde, muitas vezes passava o dia sem comer, então eu preparava um copo de leite, ela tomava e desmaiava na cama. Às vezes ela tinha energia pra me contar histórias bíblicas. A Erica casou-se e eu fiquei sozinha no quarto.

Eu ajudava a Dri na arrumação da casa, ela tinha uma filha e uma cachorra que eu a ajudava a cuidar, eu dividia minha cesta básica com ela e a gente dividia tudo. A Dri gostava muito do meu tempero, eu fazia creme de milho com filé de frango, sardinha empanada com mandioca frita, mas o que ela mais gostava era do meu bife de fígado que eu temperava com limão, sal, alho e pimenta do reino fritava no óleo bem quente, adicionava as rodelas de cebola e a deixava pegar bem o fundo do fígado e servia com arroz, feijão preto, purê de babatas e almeirão refogado. Tivemos bons momentos juntas, lembro-me das caminhadas pelo centro, das vezes que o Ramires (namorado da Dri) me levava pra dirigir, dos passeios com a Menininha (a cachorra), das várias noites que a Menininha dormiu no meu quarto comigo, dos brigadeiros que eu fazia pra Camila (a filha), do aniversário da Camila que organizei com Bolas, docinhos, sanduichinhos, bolo da Hello Kitty, dos bolos de chocolate que eu fazia para as dezessete meninas que moravam lá conosco e das paneladas de pipoca regadas a sessões de DVD’s, só filmes de terror... Detesto... Mas, era divertido!

Mas, como amizade de um lado so nao eh amizade, decidi sair da pensao, logo que me toquei que estava sendo explorada.
Bife de fígado acebolado

Friday 5 February 2010

Eu não perdi! Só não sabia onde tava!

O Bruno me pediu em namoro e me deu uma aliança. A primeira vez que a perdi foi dentro da geladeira da pensão onde eu morava, eu peguei o hambúrguer do congelador e a aliança escapuliu sem que eu notasse. Fui à praça da Matriz com o Bruno, aonde sempre vamos para namorar e ele percebeu que eu estava sem a aliança, eu estava certa de que a havia perdido no ralo do tanque de roupas. No dia seguinte a Dri, dona da pensão a achou no congelador e perguntou: “É simpatia?”.
A segunda vez que perdi a aliança foi no circo, eu estava aplaudindo quando ela pulou do meu dedo, deu trabalho pro Ni (apelido carinhoso que dei pro Bruno) achar.
Agora a terceira vez foi a mais grotesca. A turma da faculdade foi para uma visita técnica no Mercado Municipal de São Paulo, após a visita a galera foi liberada pra fazer compras na vinte e cinco e eu aproveitei pra ir na casa da minha irmã Dani.

Chegando lá a Dani disse: “Que cabelo horroroso! Vá já tomar um banho que farei uma escova”. Então eu tirei a minha aliança com todo o cuidado, tirei a roupa, tomei banho, me arrumei e fui fazer a bendita escova. Fiquei linda com os cabelos mega lisos. Almocei o bife a role que a moça que morava com a Dani havia feito, ela temperou os bifes com sal e pimenta do reino e colocou as fatias de bacon e de cenoura no meio. Enrolou e prendeu com um palito. Em uma panela de pressão fritou os bifes, todos juntos, virando de vez em quando. Fritou em seguida a cebola. Acrescentou o purê de tomate, a manjerona, o sal e a pimenta. Colocou água e deixou cozinhar por 30 minutos. Serviu com Arroz.

Dei falta da aliança, procurei, mas estava me atrasando pra voltar ao Mercado, e voltei triste porque o Ni ia brigar comigo, pois eu já havia perdido a aliança outras vezes e isso parece descaso. Cheguei atrasada, todos já estavam no ônibus e contei a minha triste história, um tempo depois senti algo me incomodar na bunda, coloquei a mão por dentro da calça e adivinha? Era a aliança, podes crer! Eu enfiei a aliança... na bunda!

Paguei vários micos no namoro, o primeiro foi que perdi meu RG na Anzu Club e o pobre do Ni, teve que ir buscar o documento na hora do seu almoço. É o amor!
Fora os tropeços básicos, uma vez levei um tombo histórico na frente da igreja.
Outra vez estávamos namorando na praça da Facul e resolvemos ir até o mercado, na volta eu disse: “Perdi meu RGM (carteira da faucul)!”. Então, voltamos ao mercado. Eu dei o meu pitit básico, pois não achamos o documento. Quando voltamos pra praça meu RGM estava caído bem pertinho do banco onde namorávamos antes de ir ao mercado.

Mas, o pior de todos os micos que já paguei foi o com o meu cartão do Banco. Cismei que havia perdido o cartão no Banco e fiz o Ni ir até lá comigo e procurar em cada cantinho, depois teimei que o cartão estava no carro, fiz o Bruno tirar os tapetes, levantar os bancos por duas, três vezes. Cheguei em casa e revirei minha carteira, olhei cada cantinho dela, liguei chorando pra minha mãe, fiz ela cancelar meu cartão, no dia seguinte solicitei outro cartão... Uns meses depois, eu estava em Campinas, fui comprar um fogão pra minha mãe, na hora de pagar, peguei um cartão que custou a sair da carteira, e ele não foi aceito, estava bloqueado, eu saí da loja virada no cão, fui seca no Banco, na porta do Banco resolvi olhar dentro da carteira e o cartão novo estava lá, ou seja, nunca perdi cartão nenhum , ele sempre esteve na carteira, que coisa!