Wednesday 3 February 2010

Desentendimentos

A primeira professora da faculdade que tive uma desavença foi a Morgana, eu percebia o descaso dela para comigo, resolvi então estudar muito e tirei dez na prova dela, então ela disse: “Só uma aluna ai tirou dez!”. Eu respondi em voz alta: “Uma aluna não eu tenho nome e é Juliana!”.
Depois teve um outro professor que só falava das viagens dele pelo mundo e matéria que é bom, nada! Na prova eu respondi todas as questões e escrevi no verso: “Se fosse pra eu responder aqui o que o professor ensinou, entregaria a prova em branco, não o fiz, porque sou uma boa aluna e sei as respostas de todas as questões, pois tivemos a mesma matéria no semestre anterior, por tanto seria injusto tirar zero”. Quando ele entregou as provas ele me chamou e perguntou: “Menina, você é muito irresponsável, sabia que esse papel é um documento, e o que você escreveu aqui pode me prejudicar?”. Eu fiz uma cara bem irônica e respondi: “Jura!”. Dei-lhe as costas e saí andando.

Agora a Vampira foi a pior. Ela tinha implicância porque meu grupo era um tanto quanto alegre, nós brincávamos e criávamos receitas. Uma vez criamos um bolinho feito com o bagaço do milho triturado para fazer creme de milho. Juntamos farinha de trigo, ovo e sal. Modelamos os bolinhos e fritamos, ficou delicioso. Eu percebia um ar de despeito da parte dela, mas ela não falava nada, então tava tudo certo. Ela não provava nossas preparações, então passei a fazer um pratinho à parte especialmente pra ela. Ela tirava dúvidas de todos menos as minhas. Teve uma aula de bolos que ela deu a receita errada do bolo floresta negra, ela ensinou a receita de padaria e não a tradicional de pão preto e cerejas pretas frescas, ela se quer sabia o que era bolo Sacher, então a questionei, acho que por esse motivo ela não se importava com minhas dúvidas.

Teve uma aula que o meu grupo ficou responsável pelo pastelinho. Numa tigela, misturamos a farinha, o fermento e o sal. Juntamos a metade da banha e misturamos bem. Adicionamos o ovo, a banha restante, a água e misturamos com as mãos até obter uma massa homogênea. Cobrimos e deixamos descansar por uma hora em temperatura ambiente. Aquecemos o forno em temperatura média. Abrimos a massa e forramos as formas. Recheamos com o doce de leite e assamos. Retiramos e polvilhamos com canela. Durante a aula nós brincamos bastante, como sempre, e fomos beliscando o que íamos fazendo, conforme os pastelinhos iam ficando prontos fomos distribuindo entra a galera, inclusive pra professora que entrou na brincadeira, no fim da aula fomos embora e ainda levamos pastelinhos pra casa.

No semestre seguinte eu estava desempregada, então ocupava meu tempo ajudando na implantação dos novos laboratórios e também nas oficinas que os professores ministravam a tarde, ajudei a Vampira em vários desses eventos, inclusive cheguei a estar certa que o mal estar entre nós já havia passado, aliás, achei até que não passava de fantasia da minha cabeça. Eis que seis meses se passaram e o meu grupo foi chamado na coordenação, a coordenadora disse que estávamos lá por conta do dia dos pastelinhos, que não tínhamos o direito de fazer o que fizemos e que por muito menos pessoas vão parar na prisão, eu perguntei pra Vampira: “Por que esperou tanto tempo, eu te ajudei por um semestre inteiro, precisava chegar a esse ponto?”. Ela disse que não tinha conseguido pegar o grupo junto, uma víbora!

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