Monday 25 January 2010

Clemente

Na primeira semana de aula, devia ser no terceiro ou quarto dia, eu entrei na sala e a galera estava jogando giz um no outro, então eu disse: “Se cair giz em mim eu desço na diretoria!”. Foi eu sentar que um giz parou certeiro na minha testa. Eu levantei no mesmo instante e sai da sala, desci a escada, contei até dez e voltei, todos estavam sentados em silêncio, então comecei a rir deles, apontei o dedo e disse: “Otários!”. Ai uma menina chamada Fernanda Ferrarezi falou: “Essa menina parece a Pops, Vou contar tudo pra sua mãe!”. Então eles começaram a me chamar de Pops carioca, por causa do sotaque.

A turma era muito unida, íamos ao Mc Donald’s e alugávamos chácara no interior pra passar o dia. A Ale diz que a turma não gostava de mim, mas eu tenho certeza de que era exatamente o contrário, até porque os convites vinham a mim antes de chegarem nela.

Para o meu aniversário de quinze anos convidei todos da classe menos a Carla, eu não gostava dela e vice-versa. Os meus amigos Douglas, Márcio, Guarnieiro e Chimas me chamaram a atenção e eu fui forçada a convidá-la, eu falei: “Eu não gosto de você e sei que não gosta de mim, mas se quiser ir ao meu aniversário, comida não faltará!”. E não é que ela foi!

O Júlio Cesar era meu amigo mais chegado, não saía de casa, ele é Gaúcho por isso o apelido Chimas, eu e só eu o chamava de “De Ti”, porque tudo ele falava “isso é de ti?”. Eu achava uma graça o jeitão dele.
Um dia, estávamos eu, o De ti, o Márcio, o Guarni e o Douglas, na rua de casa comendo bolinhos da roça que minha mãe faz com polvilho azedo, água fervente, parmesão, óleo ovo e sal, ela sova a massa, dá o formato dos bolinhos e os frita em imersão, e conversando, eu contei pra eles sobre os teatrinhos que eu escrevia, ensaiava com minha amiguinhas e apresentava no salão de festas do condomínio onde eu morava, e eles gostaram da ideia e resolvemos escrever uma peça para ensaiar com a turma e apresentar no fim do ano no teatro da escola. Como estava passando na TV a novela “O beijo do Vampiro”, nós pensamos em escrever uma peça sobre vampiros, eu falei: “Pode ser voltado para comédia, tipo o vampiro que perde os dentes!”, O Márcio completou: “Boa, O Vampiro Banguela!”. E esse foi o nome da peça. Reunimos a turma e começamos a ensaiar, o Guarni era o protagonista e eu sua esposa, ficou muito boa, apresentamos pra todas as turmas da escola.

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