Monday 25 January 2010

Magia

Por três anos a Ale foi a minha melhor amiga, queria me achar era só procurar por ela e vice-versa. Tivemos vários momentos memoráveis, os que eu não esquecerei são o porre que ela tomou de Whisky, o ritual de bruxaria e a viagem astral.

Meus pais foram pra Campinas e a Ale dormiu em casa, eu fui pra cozinha preparar o almoço, numa panela eu fervi a água com ervas e sal, depois coloquei o espaguete e mexi bem para deixá-lo bem solto. Piquei alho e cebola, dourei no óleo, adicionei a carne moída e com um garfo fui desmanchando os gruminho, quando a carne já estava por completo oxidada eu coloquei sal e pimenta do reino em seguida o molho de tomate, depois que levantou fervura adicionei meia caixa de creme de leite, misturei bem, escorri o macarrão, montei os pratos. Quando eu cheguei na sala a Ale tinha tomado meia garrafa do Whisky do meu pai e estava delirando no sofá, eu fique desesperada, liguei em Campinas e minha mãe me disse: “Se vira!”, então chamei a vizinha que é evangélica, ela chegou com uma Bíblia a tira colo e começou a orar com a mão na cabeça da Alessandra, ela dizia que o encardido tinha entrado no corpo da Ale, a Ale começou a engatinhar até a garagem, dizia que estava se afogando, então eu liguei a mangueira, dei um banho nela de água gelada, fiz um café bem forte e amargo e a fiz tomar e o tal encardido que nada mais era efeito de álcool no sangue foi embora!

Num dia 31 de outubro eu e a Ale tivemos a idéia de fazer o ritual de bruxaria que tinha descrito no livro “O poder das bruxas” da minha mãe. Então, eu peguei um sobretudo preto que minha mãe tinha, um punhal, sal grosso, álcool, fósforo, o livro e suco de uva (na falta de vinho...), disse pra minha mãe que ia ter uma festa na casa de uma outra amiga nossa. A Ale fez o mesmo com a mãe dela, e onze e meia da noite fomos fazer o Ritual.
O único lugar que encontramos foi à praça do crematório da Vila Alpina. Afastamos a macumba, fizemos o circulo de sal grosso, acendemos a fogueira e a meia noite nós iniciamos o Ritual. Primeiro passou um carro com uma mulher dentro, depois de um tempo o mesmo carro passou cheio de gente dentro, um senhor passou e de repente sumiu e na hora da meditação um carro parou a Ale disse: “Parou um carro”.Eu respondi: “E daí?”. Ela falou: “Ele tá tirando a blusa”.Eu respondi: “Vai ver que ele vai dar um trato na namorada”.Ela disse: “Mas ele ta sozinho”.Eu falei: “Ale, é obvio que ela está abaixada!”, então a Ale disse apavorada: “Ele está mostrando a calça!” E foi se levantando, eu levantei também, ela queria sair correndo, eu disse: “Me dá as mãos e vamos dar risada de bruxa.”, começamos a rir de maneira estridente, ele abriu a porta do carro, eu peguei o álcool, o escondi no sobretudo e joguei na fogueira, que levantou as chamas, eu e a Ale começamos a rir mais alto. O cara entrou no carro e saiu cantando pneu. Nós resolvemos encerrar o Ritual e ir embora. No caminho, comentando o ocorrido, um cachorro começou a latir a Ale disse: “Cala a boca!” O cachorro parou de latir, quando terminamos a conversa ela disse: “Pode latir de novo!” E ele voltou a latir. Nossa! Rimos muito.

Pouco tempo depois do Ritual, a Ale estava dormindo em casa. Eu acordei, olhei no relógio era uma e meia da manhã. A Ale acordou também e eu disse pra ela: “Quero comer bolo de geladeira!” Ela respondeu: “Eu quero bolo de chocolate com brigadeiro!”. Descemos para a cozinha eu peguei bolo de geladeira para mim e cortei uma fatia para ela, quando eu coloquei no prato o bolo se transformou em bolo de brigadeiro. Nós comemos, e decidimos ir para o Ibirapuera aonde íamos freqüentemente andar de bicicleta. Demos as mãos e saímos voando, voamos por cima do parque por um bom tempo, até que olhei pra ela e disse: “Temos que voltar!” Então voltamos, quando cheguei no quarto vi alguém deitado na minha cama, estranhei, mas estava cansada e deitei assim mesmo, foi eu deitar que o relógio despertou, eu e a Ale demos um pulo das camas, olhamos uma para outra e caímos na risada, pois tínhamos feito uma viagem astral!

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