Monday 25 January 2010

Vila Prudente

Na rua onde eu morava, moravam muitos outros jovens. No verão todos saíam de casa, ficávamos na rua brincando, conversando e aprontando!
Uma vez eu e minhas irmãs ensaiamos um teatrinho com a galera e apresentamos para os pais na casa do Bi, fizemos vaquinha e montamos uma mesa de queijos, tábua de frios e vinhos e fizemos a comemoração em grande estilo.
O Bi era uma gracinha, um amor de rapaz, muito atencioso comigo, mas no dia da apresentação, ele veio me dizer oi, eu retribuí com um tapa na cara dele, por que eu fiz isso? Não sei! Coitado! Ele ficou muito sentido e nunca mais falou comigo.

Nós meninas, enchíamos com água mini balões e quando os meninos desciam a ladeira com patins, a gente jogava as bexigas neles.

O chu um garoto lindo que vivia andando de patins, dizia que era meu namorado, eu tinha raiva dele porque achava que era zoeira com a minha cara, afinal como um Deus grego daqueles ia se interessar por uma patinha feiosa como eu? Uma vez, estava muito quente e eu peguei a mangueira e fiquei jogando água em todo mundo. O Chu me pegou no colo e me levou no beco, o Bi também estava com a mangueira ligada e eles me deram um banho, eu escorreguei dos braços do Chu e caí de bunda no chão, fiquei P da vida, saí xingando eles.

No aniversário do Chu eu preparei uma surpresa, comprei dois Lakas, eu ia fazer como no comercial, ia comer um na frente dele, depois eu o chamaria e diria: “Comprei um laka pra você!”, ele ia pensar que eu lhe daria um beijo, então eu pegaria o outro Laka e daria pra ele. Mas, meu plano não deu certo, eu fiquei esperando e fiquei nervosa, comi os dois chocolates. Eu já estava deitada quando ele tocara a campainha, desci e falei pra ele: “Eu tinha comprado Laka pra você, mas você não veio, então eu comi!”. Ele logo respondeu: “Agora eu quero!”. Eu disse: “Não dá mais!”. Ele exclamou: “Ah dá!” E me beijou, só que ele colocou a língua na minha boca, eu me assustei, afinal eu tinha quatorze anos e era uma BVL, e mordi a língua do pobre, saí correndo... Que vergonha! A minha sorte foi que exatamente no dia seguinte o Chu se mudou para Catanduva, porque se não eu nunca mais sairia do meu quarto!

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