Tuesday 26 January 2010

Mão de Deus!

Eu trabalhava das seis e meia da manhã ao meio dia e meio, depois ficava enrolando na cidade até as três da tarde para então ir pro inglês. Quando não tinha inglês eu enrolava até as sete da noite hora do curso de hotelaria, nesse caso eu ia até a biblioteca da faculdade, pegava um livro e tentava ler, mas o sono não deixava então eu dormia sobre ele.

No verão eu não agüentava o calor e descobri dentro da Igreja de Nossa Senhora Aparecida um cantinho bem fresco e aconchegante onde eu podia tirar um cochilo.
Eu saía do The Special ia na padaria Juriti comer o tradicional lanche de lombo que eles temperavam com vinha d’alho, depois assavam com bastante cebola cortada em rodelas, cortavam em fatias finas e colocavam no meio do pão francês feito na hora. De lá eu ia direto pra Igreja. Nem sempre dava pra cochilar porque as beatas iam quase todos os dias fazer orações e cantorias, quando eu me dei conta estava orando e cantando com elas, por várias vezes me peguei conversando com Nossa Senhora.

Uma vez eu saí atrasada do Flat, pois eu tinha consulta marcada com a dentista. Eram seis quadras até a Avenida Ibirapuera onde ficava o ponto do ônibus, eu falei pra Deus: “Deus faça com que eu chegue no ponto e o ônibus esteja lá!”. Foi eu chegar que o ônibus veio, então me lembrei que havia esquecido meus passes na minha mesa, nossa voltei pro Flat falando um monte pra Deus, peguei os passes e voltei pro ponto e o ônibus estava lá, entrei no ônibus e disse: “Pelo menos isso, né Deus!”. Quando o ônibus entrou na 23 de maio, tinha um transito daqueles, isso porque o ônibus que eu havia perdido estava em chamas. Então, eu agradeci a Deus e pedi perdão pela minha revolta!

Já em Campinas, eu estava voltando do trabalho, devia ser umas onze da noite, o ponto do ônibus era num lugar sombrio atrás da prefeitura, eu desci a rua e percebi que três rapazes me seguiam, eu pedi pra Deus me proteger, pois eu não tinha dinheiro e estava de saia. Parei no meu ponto e eles pararam no ponto de cima. Do outro lado da rua tinha um carro e três meninas se dirigiam a ele, quando os rapazes resolveram me atacar, um deles então, chamou a atenção dos demais e eles desistiram de mim e foram apontando as armas na direção das meninas, eu saí correndo chorando, fiquei desesperada, chorei muito, o coitado do motorista não entendia o que eu tentava falar pra ele. Nós combinamos de ele me pegar na porta do hotel, uma vez que eu era a única passageira do horário.

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