Thursday 28 January 2010

Continuação

Os Fás tinham um cachorrinho poodle toy chamado Snoop. O Snoop vinha em casa, passar as férias com a Bia minha cachorra stray god. Ele dormia nos meus pés, minha vó Gracinha estava aqui e dava comida pro Snoop, não adiantava pedir pra não dar, porque ela se fazia de surda e dava pão, bolo, chocolate, carne, frango, tudo! O Snoop engordou bastante e quando voltou pra casa deu trabalho pra Fá, pois ele não queria saber de ração. Lembro-me do dia que a Fá me ligou dizendo que o Snoop estava agora com o Frederico no reino de Deus, eu o amava como se fosse meu, então eu sofri muito com a notícia.

Entraram dois mensageiros gatinhos no hotel, eu cresci o olho em um deles, mas o achei esquisito, então achei melhor investir no outro, só que o outro já estava interessado na Gi. Eu fiquei com minha vaidade ferida, portanto peguei birra da moça.

Eu mudei de horário porque comecei a cursar a faculdade de Gastronomia, e a Gi se pelou de medo de mim, pois íamos trabalhar juntas, no elevador ela disse: “Eu tenho medo de você!”. Eu perguntei: “Por que? Eu não mordo, não!”. Ela respondeu: “Por conta da sua influencia, você é a queridinha do Maitre!”. Eu respondi: “Faça o seu trabalho, eu farei o meu, estamos aqui pra isso e nada mais!”. Na virada do ano ficamos no mesmo quarto. Ela trabalhou até as dez da noite e eu até as duas da manhã, no dia seguinte ela entrou as seis da manhã e eu havia preparado uma bandeja de café da manhã pra ela e deixei na mesa perto da cama dela com um bilhetinho: “Que nasça nesta data uma linda amizade!”. Eu acordei com o choro dela, a partir de então, ficamos amigas!

O mensageiro esquisito era bem esquisito mesmo, uma vez ele me deu carona pra casa, ao chegar, ele desligou o som e ficou quieto. Então eu perguntei: “Posso te dar um beijo?”. Ele respondeu: “Sim!”. Depois do beijo ele fez uma cara de susto e eu perguntei: “O que foi?”. Ele disse: “Nada”. Então eu saí do carro, ele pediu um outro beijo, eu dei e entrei em casa. No dia seguinte ele me deu carona de novo e quando eu fui beijá-lo ele disse: “Não vai passar de beijo!”. Eu o beijei na bochecha e sai do carro, afinal ele tinha me dado um baita fora.
No dia seguinte ele me ignorou e nos outros três dias também, até que liguei no ramal dele (Nessa altura ele já era almoxarife) e disse: “Eu não te entendo, você me dá o fora e você que me ignora, não era pra ser o contrário?”. Ele respondeu: “Você que entendeu tudo errado!”. Ai que boiei, mesmo!

Um tempo depois eu estava no refeitório, como sempre, esperando dar a hora do ônibus da Faculdade, ele veio comendo um pudim feito com leite condensado, leite e ovos, tudo batido no liquidificador, despejado numa forma de buraco no meio caramelada com açúcar, e assado em banho-maria. Então, ele me ofereceu um pedaço eu aceitei e ele me deu um beijo, só que quando eu me empolguei no beijo, ele parou. Eu disse: “Sem graça!”.
No dia seguinte eu fui pegar a requisição, ele fechou a porta e me deu um beijão daqueles. Eu pensei que essa história fosse sair do armário, mas não passou disso.

Como de costume, fui na casa da minha amiga Muriel. Nós cozinhávamos comidinhas vegetarianas. Uma vez fizemos granola com mel, sementes de linhaça, germen de trigo, damasco seco, uva passa, amêndoas picadas e açúcar mascavo, um ingrediente por vez era colocado numa frigideira untada com mel e depois o insumo era polvilhado com açúcar mascavo e grelhado, depois depositado num recipiente para esfriar e manter a crocância, nós comíamos a granola ainda morna e assistíamos filmes ou DVD's de música. A mãe dela me deu um conselho: “Dê chance pra quem gosta de você, porque nós mulheres aprendemos a amar. Homens não, ou eles amam ou não amam”. O Elias Muniz não me amava, então eu dei chance pra pessoa certa.

Hoje somos bons amigos, sei que não passará disso e nem me iludo mais com qualquer outro tipo de situação, até porque aprendi a amar quem me ama e estou muito feliz!

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